Do que ficou guardado, das flores que não colhi
Do meu olhar apagado, do amor que não emiti
Do que não foi despertado, da dor neste peito danado
Dos grilhões que estão em mim, daquilo que eu mesma cravei
E que por desejo matei... Foram tantas as fadigas
Que eu nem sequer escutei, da tua boca, as cantigas
Cantigas que me embalavam, enquanto lágrimas deslizavam
Aquele grito contido, continua entalado!
Embutido, abatido, e por força agrilhoado...
Aquilo que me fere, magoa e estraçalha
Nunca vai ser emitido e para mim sem nenhum dó!
Vai me servir de mortalha....
Pois está acorrentado, abafado, escondido
Pelo bem que eu te quis. Eu Matei !
Sem dó e nem piedade, uma alma em castidade
Que eu não pude macular e amarrei em vários nós.
Com enorme sensação, que obstruí todos os poros
Sem deixar nesta bateia, o amor que aqui campeia
E que ninguém enlaceia, a tecer aqui nenhuma teia.
***RosaMel***
Um comentário:
O q dizer...lindo, sou um amante das coisas poéticas, fascinado, este texto vai lá...no fundão, cala o coração, injeta-se na alma, espalha, acalma. Bjos, bjos, bjos...
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