sábado, 5 de novembro de 2011

*** MARCAS ***


*** MARCAS ***

Todos nascemos cativos, qual escravos em senzala
Mas podemos ser ativos, no mesmo braço que embala

A roda da vida marca, aquele que é mais forte
O mais fraco se demarca, com a lei que o comporte

É por mando ou dinheiro, que se marca uma história
Com um escravo no terreiro, será sempre uma glória

Também o canário belga, como outros passarinhos
Seu espaço não se adelga, com anilha nos pezinhos

Gorjeia o canário a sua sinfonia
Matraqueia o recruta seu canto de guerra

Que sina de luta os dois estão presos
Libertos não vivem, anilhados à sorte

Modernos feitores com armas nas mãos
Podem ser tradutores, com muitos milhões

Poucos senhores, escravo sem torrão
Em todo país, pesados grilhões

Aos donos do mundo a mesa é farta
Banquetes imensos, profundos embates

E a eles, isso não é o que importa
Se o resto do mundo entre si se debatem

O amor tem presente, se preso liberta
Contraste aparente ele deixa vibrar

Quem sabe do amor, sente e acerta
É livre, é solto, sem anilhas pra voar.

Rosamel

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