terça-feira, 27 de maio de 2008


***Descoberta***

Queima fogueira ardente, soltando o cheiro de pedra queimada
Ferve o café na trempe pendente, espumando, já aferventada
Folhas secas rolam pela relva, já batidas por tantos cascos
Um dia o lugar já foi selva, hoje são troncos tortos e toscos
Mas embora assim desgastada, paisagem versus magias
Muita gente campeia, esta estrada, cantando trovas em poesias
Atrás da gruta bela paisagem, tão pura que parece intocada
Por ali, nunca houve passagem, nem toque na mata enrugada.
Árvores toscas torcidas emusgadas, enroladas entre si enamorados
Sonhos de florestas encantadas, de contos, nunca dantes revelados
Deitou-se a árvore por sobre a outra, numa pose de trejeito sensual
Entranham-se uma na outra, que não se pode dizer, quem é qual
Pouco a pouco convertido no passado, que verde ramo no seu corpo indivisível
Que de seca por amor ficou molhada, perpetuada em sua raiz transmissível
E aos dois amantes tão unidos finalmente, envoltos em musgo e em gotas de orvalho
Ataram-se em fios por escolha permanente, são tão felizes que ali não tem um malho
Neste amor puro que não tem fim e não tem morte, que os olhos viram e creram na realidade
Que existe sim, o bem querer com toda a sorte, que o amor perpétuo, tem da natureza a eternidade
Querendo assim manter oculto este local, arrebanho então todos os cipós e com a promessa
De que o amor reinará por igual e imortal, eu tranço tudo, dou belo nó e fecho a peça...

***Rosa Mel***

domingo, 18 de maio de 2008

*** Estrada Encoberta ***

Estrada larga de folhas cobertas,
em todas as nuanças contraditórias
O chão de folhas secas que estalam,
ao caminhar trôpego da andarilha
Secas e marrons em cujo outono,
caem também em ocre alaranjada
Segue triste em expectativa falha,
cai sem parar á espera de uma flor
Triste engano e sozinha na rua nua,
onde as rajadas de vento dispersam
A folha morta como morta como morta
esta, a minha alma cansada de chorar
Esperar e lastimar um amor que se foi,
uma lembrança triste de um bem querer
E nesta luta desigual acovardada,
que eu sigo o meu destino alucinada
Acuada por um amor já fenecido,
embora eu tenha muito te amado
Hoje lamento o quanto te amei,
e sigo na penumbra assustadora
Com o espectro daquilo que dantes fora,
já não sou mais a mesma amadora
Que ao raiar do dia em novas cores,
brilhando na aurora a estrela matutina
Anunciando um dia mal fadado,
é tão triste que a mim fulmina
Nos desamores do meu amor,
o encontrar por entre as flores mortas.

***Rosa Mel***

sexta-feira, 9 de maio de 2008


*** Delírios ***

É uma doce loucura
pensar em você nos meus braços
até perco a estrutura
olhando teus finos traços
teus lábios na minha pele
e o encontro das nossas almas
pedem um beijo que selem
no centro das nossas palmas
e a luz se descompondo
que ilumina sem receio
o que nós vamos expondo
entre graça e meneio
imagem...rosto,,,calor...e mão
nosso sentido e momento
é um delírio a cada estação
e ao girar do pensamento
roçando tua pele na minha
eu deliro em teu carinho
te agarro de mansinho
e nos teus braços
me aninho.....

***Rosa Mel***


segunda-feira, 5 de maio de 2008

*** MEU AMOR IMORTAL ***

O que me faz querer-te como te quero
O que tens que fico louca ao pensar em ti
Tudo faço, digo, eu me esmero
E realmente nem sei o que vi

Devo ser por deveras insana
Por querer-te tanto assim
E por vezes tenho gana
Ao envolver-me nesse festim

Nesta angústia que fere minh'alma
Tão florida de amor, quente e sensual
Com certeza seria a minha calma
Se deixasse de ser tão casual

Quando jogasse ao universo
O teu mantra de querência imortal
Deixaste minha vida num reverso
Junto a tua num elo transcendental

E hoje teu compromisso está amarrado
Onde envolveste os elementais do amor
Não fujas do laço por ti conjurado
Não extermines este fogo e fulgor

Deixe que a roda da vida se proponha
Cumprindo o dito e o traçado verbal
Se não me queres nesta, vida então deponha
Aquele amor que eu julgava imortal

***Rosa Mel***



***BATALHA DE AMOR ***

Aponta a aurora abençoada
Iluminando a nossa cama
Figura bela e aquarelada
Inflamada em intensa chama

E entre lençóis pálida morena
Na dormência de um amor vencido
Respira plácida, calma e amena
A batalha por ora esquecida

Armada de fé e perceverança
Doação de amor puro e imbatível
Guardo no coraçaõ a esperança
Com um beijo doce invencível

Vencedora da primeira
E da segunda batalha
Muito forte e altaneira
Agora com beleza se espalha

Indicando o rumo e acalentando
Ao seu redor imensa paz
E sem espera continua amando
O guerreiro caído que alegria tráz

***Rosa Mel***
***OCASO***

Vento, ventania
Que bate na ramada
Em cima do telhado
Lá no céu a lua cheia
Com seu olhar encantado
Purpurina um ocaso
Rosa fúcsia
Azul nacarado
E eu entro em sintonia
Pois me encho de alegria
Mas o coraçaõ saudoso
É que lembro a sinfonia
E do acorde estrondoso
Dois corações em agonia
Batendo alucinado
Reacendendo em transe
Um amor perpetuado

***Rosa Mel***

domingo, 4 de maio de 2008


*** SONHO ***

Feliz em estar no azul
Voar...voar...voar...
No infinito
Aprocura de ti
Onde estás meu doce amor
Feliz...escondido de mim?
Que procuro por ti
E estás meu coraçaõ
Que te busco nesta canção
Que vem do infinito azul
Voe...voe...voe...
Do norte até o sul
Faça da aurora
Um sol de verão
Derreta a geada
Do meu coraçaõ
E ao derreter
Que se transforme
Num lago azul
Onde espelhados
Na emoçaõ voaremos
Um Danúbio Azul!!!

***Rosa Mel***

*** VENTO E CHUVA***

E o vento me traz num repente
O cheiro forte da terra molhada
E o sol aquece preguiçosamente
A poça dágua bem esparramada

A agua que desce pelo telhado
Formando um só fio de goteira
Me leva de volta ao passado
Recordando feliz brincadeira

Verde gramado todo alagado
Mais parecia um grande colchão
E o som do capim todo enxarcado
Como era bom rolar pelo chão

Cabelo molhado grudado no rosto
A roupa colada no corpo miúdo
E eu naõ queria deixar o meu posto
O vento e a chuva prá mim era tudo.

***Rosa Mel***

*** BEM QUERER ***

Bem querer
Mal querer
No universo
eu me integro
grande estrela dourada
no meu mundo
Sensação de glória
Sem insanas criaturas
levadas pelo medo
Eu amo
Eu sou amada
Eu venço
Fim de estrada
Fim de vida
fim de alma peregrina.

***Rosa Mel***

*** AMOR DE LUA ***

Olhando o mar
e entrando
no mar dos meus
desejos
Sol no horizonte
querendo deitar
A lua em outro quadrante
Insistindo em levantar
São tal e qual
Dois amantes
Querendo disfarçar
Que a paixão que os atrai
Ao amanhecer
É fulgurante
Ao anoitecer
É extasiante
Que ele dorme
E ela sai
de mansinho...
Mas vai voltar.

***Rosa Mel***
***RETIRANTE***

Passa...passa...passa...
nuvens em algodão
flutuando no espaço!
E abrindo os meus braços
vejo a grande montanha azul.
E eis que brilha uma estrela
e descendo por entre
vales e montes encarpados...
Eu despenco em queda livre
Amargo pesadelo!!!
Que retorna ao agora...
com a dura realidade
De ver a terra rachada
E a criação encarquilhada
O sertão abrazante
E a seca interminante
que carrega o retirante
Para o asfalto fervente!

***Rosa Mel***
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