terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Simbiose

Espera de longas eras
mais parece esculpida
em granito

Teu canto sereno já virou grito
uivo , lamento descontentamento
e a correnteza do rio
vai em grande desafio
carregando a água mansa
e não se cansa

A agua bate na pedra
com ressoar adormecido
parece não ter dormido
vai levando de roldão
e eu fico a espreita
não importa se rejeita
o meu amor milenar
quem sabe o meu destino
é viver calcificada

Sereia que fica na areia
com seu canto entoando
melodias indecifráveis
que leva para o fundo
do oceano o bendito

Ser humano que pensa vencer
a dita, mas ela é tão maldita
que na rocha entrelaçada
do teu amor a olhar.
espero e não me canso
mas me sinto petrificada
e na pedra imolada
a dor de uma simbiose
que vive em triste osmose.
in natura.
by
RosaMel



*** Ao Sabor do Vento***



*** Ao Sabor do Vento***

Vento que vem e carrega, chuva que vem e que lava
A poça que forma na lama, a gota que vem e que cava
O vento que bate e açoita, chuva que escorre e risca
Vem e na alma pernoita, como um raio que prisca

Retumba o trovão pelo céu, que treme assim e lamenta
Vem vindo e conduzindo, o vento que passa e atormenta
Rufando rumo ao léu, a chuva que vem e abençoa
E a alma que vem luzindo, pelos cântaros que entoa

E eu no meu desatino, não vejo que o tempo ruge
E quando chega o final, o uivo vem, resurge
Segue o vento seu destino, espalhando pelo ar

No meu coração eu comprimo, uma dose de amar
Puxando assim comovida, do novelo mais um fio
Traçando na minha vida, mais um novo desafio.
by
***RosaMel***




*** Metamorfose ***

A natureza tão pródiga deixa-me feliz
E entre florestas virgens e mil flores
Sobrevôo com minhas asas tão sutis
Olhando em volta em meneios de amores

Encontro um bando de felizes beija flores
Que vão fazendo então sua grande festa
Beijando suavemente com mil fulgores
Por entre os raios luzentes da floresta

Ai...que delícia tal manjares naturais
Que se abrem e se fecham entre mortais
Que iluminam a vida e com toda sorte

Vai iluminando também a toda morte
De um ser seja crente ou descrente
Povoando o futuro do além véu
E assim tanto na terra como no céu

O meu vôo é infinitamente solo
E entre pétalas perfumadas no teu colo
Adormeço e transmuto consciente
No poder do criador onisciente.
by
RosaMel

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