terça-feira, 27 de setembro de 2011


***NOVA CONCHA***

Sentada no escuro
do meu quarto visualizo
O mar, meu grande amor
e em sonhos me realizo
embalo as conchas que guardo
pois trazem segredos do mar.

Apertadas entre os meus braços
dói em ver as imagens
que em mim estão coladas
fazendo grande alvoroço
lamentos e tantos ais...

Para mim é um tormento
saber que bem longe vais
e na rede enroscada
neste mistério sem fim.

Recolho assim encravadas
pequeninos pedaços de mim
que parecem calcificadas
cravejadas com diamantes
Que não querem ser arrancadas
mesmo que estejam quebradas...

Aí então me encolho...
me enrosco em forma espiral
Que as ilusões sejam mantidas
como imagens refletidas
nesse meu doce caramujar
E eis que vem a lua cheia
e a maré mansa que lambe a areia

Que veio a nova concha buscar...

***RosaMel***

.

***MULHER FATAL***

Sou mulher de fino trato, comigo é bem assim
Não ato e nem desato, sou folgadinha e fim
Meu olhar é feiticeiro, te busca e cola em mim
É um olhar bem matreiro, e devora-te até o fim

Minha boca é bem feita, e não aceita desdém
E sendo ela perfeita, te prendes a ela também
Minha mão é delicada, e gosta de torturar
Tua pele acalorada, que te põe a delirar

O meu corpo é felino, e enrosca-se no teu
Desliza em mim menino, e possuas o que é meu
A doçura dos sabores, embriaga teus sentidos
E são tantos os amores, que me perco em gemidos

Não vejo as horas passando, perco-me no tempo e espaço
Continuo assim te amando, memorizando o teu traço
Sou teu veneno e sou letal, é melhor não duvidar
Vivo entre o bem e o mal, amor...acabo de te matar.

***RosaMel***

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*Jóia*


ro
la
uma
lágrima
nas en
tra
nhas.


gri
ma
uma
pérola
do
co
ra
ção.

*RosaMel*

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*** SONHOS E DESEJOS ***

O sonho que eu sonho
Dou para ti em desejo
E em corpo eu deponho
O desejo que almejo

Estar em teus braços
Sedentos de amor
Mirando-me os traços
Trêmulos de ardor

Derreto em teu corpo
Quente e aconchegante
É este o meu porto
Onde fico estonteante

Abrasador e envolvente
Mergulhado em minh'alma
Absorvente e carente
Onde busco a minha calma

Por entre corpos enroscados
Sem começo e nem fim
Pernas e braços entrelaçados
E a ternura brotando em mim

Muito grande esse tesão
Que por ti eu sinto e quero
E eu desperto num repelão
A mulher ardente e espero

Que ventura me cobrir
Com beijos apaixonados
No amor e no servir
Vivendo entrelaçados

***Rosa Mel***

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011


***MEU NAMORADO***

Ah! o meu namorado, é sacana , é safado
e foge da vista, e eu perco a pista
deste anjo alado, mas quem me dera
com ele sempre estar, ele nunca me espera
e nem vem me despertar

Ah! namorado...dos meus sonhos
do olho marejado, de risos enfadonhos
continuo a tua espera, o coração dormente
vê se tu acelera, não seja malemolente

Seja crente e me enfrente, o tempo está passando
não te faças de demente, o calor vai aumentando
o peito sobe e desce, arfado... arqueado
e eu rogo em prece, por ti meu namorado

Não fujas desta rinha, seja taura e valente
dê corda , dê linha, esteja aqui presente
Vamos curtir a festa, meu eterno namorado
fazer tudo o que não presta, vamos amar um bocado

Marques aqui o teu cunho, deixe em fogo gravado
que tenha o céu testemunho, de um amor eternizado
Meu amado...namorado!

***RosaMel***

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*** DESVENTURA ***

Sem desconsolo ou mágoa
Volto sozinha ao porto de outrora
Olho o riacho que manso deságua
Puro e límpido como a aurora

Sou grata por tudo e não tenho pesares
São sobras, migalhas, o que esperar
Desconte em mim os seus azares
Se nada mais tens para me dar

Não olhes o meu barco aqui parado
As velas rompidas descosturadas
Sem forças no porto atracado
Com lágrimas mudas desventuradas

Eu parto chorando e fico dizendo
Partir e morrer são cartas marcadas
Mantem-me desperta eu quero viver.

***Rosa Mel***

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***SENTIMENTO INTERIOR***

A alma que não amolece
De um ser duro sem esperança
É uma dor que fere e fenece
De alegria que não alcança

Feliz de quem passa no mundo
Deixando rastro de felicidade
Que seja feliz um só segundo
Amando com sinceridade

Mas tem gente nesta vida
De prazer mórbido e cruel
Que espicaça a alma querida
Sorvendo o próprio fel

Gente cruenta e insana
Que a maldade satisfaz
Com certeza não é humana
Pois nenhuma alegria traz

Mas quem dera o destino
Trace o seu rumo certo
E deixe de dasatino
Pensando ser muito esperto

Que ofereça com coração
Mil flores esparramadas
Mas que seja com emoção
E não corte como espadas

***Rosa Mel***

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*** Pesadelo***

tu sabes muito bem que odeio despedidas
não gosto de olhar para trás não gosto de ver lágrima rolando
não gosto de ver a mão acenando querendo me alcançar
não gosto do olhar triste cabisbaixo não gosto, enfim, de partir
e todo o dia é uma despedida talvez sem volta.
uma despedida amarga e dolorida
um misto de impotência e ira
impotência sem governo que a ira não aplaca
a lágrima dependurada que insiste em não cair
com o coração turvado por momentos de não ir
e os braços dependurados vazios sem calor e sem afeto
e meus olhos de ver a visão do infinito
onde apenas um desejo está no raio de um grito
mas não grito, vou morrer com este grito sufocado
enforcando até o último suspiro
deliro e neste delírio eu sonho
será sonho ou miragem
no deserto sem fronteiras
eu gosto das aragens
que esvoaçam meus pensamentos
e vôo por breves momentos
depois é que eu lembro...
cortaram minhas asas
e me aninho , esperando a noite
para então eu dormitar
e em sonhos
então eu posso sonhar de voar
estou voando
belo vôo
triste vôo...

***Rosa Mel***

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011


(hugo-esp-escobar_violeiro)

***BOÊMIO ARREPENDIDO***

Uma voz morna e chorosa
Lamentos no violão
Cai a lágrima teimosa
Rasgando o coração

Eu fui de muitos amores
E nem todos passageiros
Cantava afãs e dores
Os últimos alvissareiros

Mas o meu amor primeiro
Eu nunca pude esquecer
Pois era tão verdadeiro
Hei de amar até morrer

Mas eu guardo na lembrança
Morena cor de canela
Labios rubros feiticeiros
Delícia enroscar-se nela

Cheirosa flor de alfazema
Riso solto cascateado
Era esse o meu dilema
Em ficar apaixonado

Perdi o meu grande amor
Por aventuras sem sentido
Quisera que a minha morena
Estivesse aqui comigo

E hoje, olhos fitos naquela porta
Eu choro e lamento a pena
Esperando a sua volta.

***Rosa Mel***

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***Solidão***

Pela dor que transpassou meu peito
pelas lágrimas que escorriam nublas
Pelo clamor que desfiei sem jeito
pelas palavras que pareciam nulas

Entrecortada pela dor e aflita
clamei a Deus pai da criação
Por minha mãe, minhálma grita
vinde salvar meu pobre coração

Rezei tanto pedindo ensandecida
por todos santos que estão no altar
Aliviai-me a dor, deixai-me esquecida
não quero mais pensar, nem maltratar

Minhálma que num momento vago
neste entremeio em desepero e dor
Num mergulho sem querer nubívago
dentro de mim o encontro indolor

Um novo eu que julgara extinto
abriu-me à mente um tanto baça
Eis que dentro de mim pressinto
a força interna que a mim enlaça
by
***RosaMel***

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***Puro Amor***

Coração doido que desfila sem porteiras
a campear por paisagens de além véu
Canta e chora vai fazendo mil besteiras
batendo em portas á procura de um céu

Por favor eu quero tanto amar alguém
que me oferte a primavera sempre em flor
Para eu cantá-la e escutá-la no além
rezando a rosa cada pétala num só amor

Se hoje sou nada mas um dia fui teu tudo
fui tão feliz como são felizes os anjos
Porém hoje sou tão triste não me iludo
sigo o caminho não importam os arranjos

E se um dia o meu pó deitar na estrada
onde tu pisarás e deixarás este teu rastro
Daqui debaixo apreciarei a alvorada
de olhos fixos na claridade de um astro

Perder-me-ei pelos pós destes caminhos
onde eu pretendo conquistar a liberdade
Na suave brisa a envolver-me em carinhos
onde o sorriso brilhará em castidade
by
***RosaMel***

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*** "UM DIA EU VOLTO" ***

Tudo que me fizeres
Dos males conjugados
Em todas as mulheres
Terás a consequência

Em alma sempre ardência
Mesmo com eloquência
Pureza e sanidade
E aqui a tua espera
A mesa sempre posta

E frio sobre a mesa
Está feito o teu jantar
teu lugar está vazio
E minh'alma também

Mas mesmo que quiseres
Um dia aqui voltar
Teu prato estará feito
Sempre do mesmo jeito

E na cadeira vazia
É lá que sentarás
E a tua taça de vinho
com um sorriso amigo
Alguém te servirá

É o teu olhar morteiro
Teu samba hospitaleiro
Que minh'alma,
Sempre encantará

Então me cante agora
Diga-me, "não vou mais embora
Para sempre vou ficar

Amar é coisa boa
Que minha alma vive à toa
Me fez centralizar
Um coração amante
de todas as mulheres

Mas hoje eu confesso
E de joelhos eu te peço
Perdoe meu amor, perdoe um coração
carente, envolvente

Mas sempre tão presente
na luz do teu olhar
E olhe nos meus olhos, perdoe
se puderes eu vim para ficar..."

***Rosa Mel***

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011


*** QUE REMÉDIO ***

Sei que não pertenço
A este mundo tão cruel
E sempre que para penso
No sabor do pote de fel

Que é dado sem que se peça
Mesmo oferecendo amor
E sempre a nova remessa
Nos causa maior dissabor

Pessoas amargas sem luz
Perdem toda a sua vida
Impondo a outrem uma cruz
Que nem mesmo lhe é devida

Não quero e nem mais aceito
Esse tipo inconsequente
Que naõ leva em seu peito
Um amor incandescente

Prefiro a morte segura
Do que ser espezinhada
Pois que viva na secura
Tal criatura desalmada

Se não tens amor para dar
Somente veneno e fel
Não precisas mais guardar
Tome com um pouco de mel.

***Rosa Mel***

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***Segundo ***

Divino é viver a vida
amando cada segundo
Sem a alma oprimida
a esconder-se do mundo

Viver sorrir e cantar
olhar para o infinito
Louvar o ressuscitar
no solfejo de um grito

Que ecoa de madrugada
ou na calada da noite
Seja no frio da invernada
seja num suave açoite

Viva pois cada segundo
no porvir da existência
Deixe um amor fecundo
com a tua pura essência
by
***RosaMel***

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(Bakhuizen,_Battle_of_Vigo_Bay)


*** FANTASIAS ***

Julio Verne que o diga
Nas profundezas abissais
Ide e lá encontrais
Seres estranhos
Que nas entranhas
Do mar colossal vivem
Em perfeita harmonia
Cruzando a ponte
Da luz e do dia
Elo perdido
Continente achado
Baú enterrado
Mapa da mina
Surpresa pirata
Garrucha que mata
Quem dele se apossa
Tesouro escondido
No mar do Caribe
Que nele exibe
Seus ricos dobrões
Em seus galeões
No fundo do mar
Batalhas navais
Com seres iguais
E seres fatais.

*** Rosa Mel***

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***Torpeza Humana***

Sujo, imundo, fedido, repugnante
segue o andarilho seu mundo deserto
Sem esperar por apenas um instante
que seu humano irmão, passe por perto

Que mesquinha e sórdida avareza
que campeia por asfaltos prósperos
Onde está a alma, bem da natureza
que se mostra por vezes tão ásperos

Óh ! sentimentos hostis, trajados de belos ternos
abrigando corruptos corações, asquerosos e vis
onde não sabem os sentidos do ser fraternos

Comportamentos humanos, que sem visão futura
que se resguardam em fétidos e podres covis
não conhecem e nem imaginam, outra vida em amargura
by
***RosaMel***

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011


***Dores da Alma***

Na minh'alma foi escrito a ferro e fogo
a tortura de um desejo incontido
Soterrado em terra branda derretia
por entre musgos do canteiro revolvido

E a fonte negra convertida que fazia
um borbulhar num silêncio efervescente
Em densos vapores que ali efervescia
na imagem crente que meu olhar então via

Endoidecida num murmúrio desconexo
vejo a vida rodopiando num só plexo
e minha alma de sonhar estremecida

Gerando amor que na resposta em tormento
lava em lágrimas sem nenhuma piedade
o sorriso morto sem nenhum contentamento.
by
***RosaMel***

.

***Almas Gêmeas***

Almas sem algemas tempo sem espaço
Lírios e açucenas dançam ao compasso
Estrela solitária luz do amanhecer
Alma temporária num entardecer

Fases que enaltecem antigo bem querer
Por eras não fenecem nascendo prá viver
Rompendo longo espaço à procura do eterno
Encontrei-te em um paço e meu amor externo

Lampejos de saudades olhares orvalhados
Ofuscam claridades dos astros permeados
Almas que se enlaçam bailando em pleno ar
Sentidos que entrelaçam luzes a brilhar

Anjos tocam harpas abrindo a passagem
Querubins tiram farpas de tão sutil ramagem
Laços de amor eterno que com o tempo não finda
Um laço atado interno eterniza em ida e vinda

É planta que enraíza é pura gota de orvalho
É lágrima que eterniza é um olhar de soslaio
É leve sopro de brisa da eternidade retalho
Que a doce face alisa na luz solar de um raio
by
***RosaMel***

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(viola_by_jeffleart)


*** LEMBRANÇAS ***

Lembrando os bons tempos
da minha vida passada
Entre um gole e outro, infeliz
e sem muito o que pensar
Portas abertas
a cadeira está na rua
Onde eu fico sentado
esperando por você
Mas você passa e nem olha para mim
Nem sequer escuta a canção
que é toda prá você
Deixo passar e aí então eu choro
nas cordas do meu violão
E as lágrimas, que nele escorre,
ali mesmo é que morre, meu sentimento de dor
E as serestas que fazia em sua homenagem
só para te ver feliz
Era verdade, e podias acreditar
eram todas para ti
Fecharam-se as portas
E a vida se perdeu, e os tipos de outrora
sumiram todas de vez
Canções programadas, serestas infinitas
Marcando todo um futuro, com o teu jeito de ser
Perdoa, do velho boêmio a ousadia
De ser um amor bandoleiro
mas que foi sempre teu por inteiro
sem ao menos você saber
E hoje para eu sobreviver
Preciso de ti meu amor
Com todo seu bem querer
Portas abertas...

***Rosa Mel***

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*** CRIANÇAS ***

Com nome, sem nome, codinome, com fome
Com calça, sem calça, descalça, que canta desgraça
Rica, pobre, nobre, descobre...
que tudo é seu, contanto que sobre
Travesso, avesso, revesso, um gesso
uma perna quebrada em pleno farol
Bola, de pano, de meia, ou de papel
Sapato, que brilha, escova, engraxa,
dos outros, e os seus? pés descalço
Vida, corrida, doída, falida, desmilinguida
E o povo? de novo! nada!
Não lembra...
o passado, estragado, estraxinado, roubado
expoliado, explorado, aviltado, injustiçado
Como o gurí, do barraco, do morro, da ponte do viaduto
E o vendaval?
Que nada!
Tá lá embrulhado no jornal...
Muito mal...

*** Rosa Mel ***
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011


***Da Cor do Vinho***

Nem o vinho que me deste tem cor
rubramente a tingir minha boca
E meu coração hoje é transgressor
onde chora esta amargura louca

Com a saudade que não é tão pouca
a bater asas dentro do meu peito
Trazendo á tona uma voz mui rouca
desafinando a canção sem jeito

Rubro, que te quero ver palpitante
entre lencóis de seda escarlate
não te perder de vista um instante

Ainda olho a taça vinho
e no reflexo do cristal rutilante
um esgar na face, escarninho
by
***RosaMel***

.

***Existir***

Ontem o sol iluminou o meu dia
dando-me força para germinar
Hoje veio a chuva inconstante
fazendo a pequena semente brotar

A vida é um eterno mistério
é um embrião oculto no sonho
Fascina-me saber existir
dentro do universo risonho

Eu que venho deste mar profundo
mergulhada em longa espera
Hoje abro os olhos para a vida
sorrindo nesta doce quimera

E nesta magia bendita
esparramo a alma em luz
Esperando do horizonte
pela luz que me conduz

Sigo embriagada em alegria
pois que o sol a mim deslumbra
Iluminando a sombra fria
que vivia na penumbra
by
***RosaMel***

.


*** SINFONIA ***

A rede balança leve
E o pensamento é breve
E me escapa fugidio
Quando ouço a algazarra
Dos pardais em cantoria
Fazendo alegoria
Prá encantar a sua fêmea
Já tem ninho na cumieira
Que se espalha feito esteira
Até a boca da calha
Entremeando a sinfonia
Gritou louca de alegria
Bem longe o rabo de palha
E vou afinando o ouvido
E escuto o bem comprido
Cantar do canário terra
E no alto do poste luz
Bate o bico numa guerra
Um furioso pica pau
Ele bate e espera...
Então danado ele berra
"Abre a porta marikinha"

***Rosa Mel***

.

***Livro Aberto***

Livro aberto sem gravura, e sem caminho cruzado
Que em branco transfigura, todo destino gravado
Quando leio este livro, vejo então toda verdade
Não piso fora do estribo, pela dita vaidade

Mesmo em grande apuro, sempre falo a verdade
Não minto, não sou perjuro, prezo minha dignidade
Neste livro que assinei, constam só as leis morais
Não digo:"Eu me enganei !", porque elas são fatais

Ando de cabeça erguida, pois o livro me encantou
Não vou parar na subida, porque a marcha travou
Quando então eu tiver lido, o livro até o fim

Talvez terei aprendido, e prepararei o festim
Mas há tanto pra domar, nestes vícios ora em moda
Que é preciso controlar, que a linha não vire roda.
by
***RosaMel***

.

sábado, 3 de setembro de 2011


***Cantares***

Cantarei sim eu cantarei eternamente
Cantarei tão alto quanto eu puder cantar
Ora pois alegrarei e encantarei a tanta gente
Que nesta essência de amor quero embriagar

Tenho cá dentro do peito um amor que flameja
Tenho no pensamento um momento tão uno
Tenho uma boca sedenta que enseja
Tenho um coração á procura de um rumo

E nesta sede de amor tão infinito
Onde deponho minhálma entorpecida
Esparramo aos quatro ventos e grito

Não quero e nem desejo minhálma vencida
Pois eu vivo de um amor que eternamente
Tem doce abrigo em tu'alma prometida
by
***RosaMel***

.



*** FORÇA EM TI ***

Tudo se escreve, por linhas traçadas
Em crer que existe, acima de nós
Um ser superior, no universo em luz

Se é dura a jornada, enfrenta o caminho
Tu és a alavanca, se pedras te atiram
Limpe o caminho, é bom empilhar
Se pensam em ferir-te, feridos serão
O lindo é ser útil, gratificante é construir

Se as forças te faltam, então tu não sabes
As forças que tens, eu falo de fé
É ter é ganhar, por mais carregados
Os galhos pequenos, se curvam e não quebram
E depois da colheita, tornam a levantar

Pois bem agradece, são poucos escolhidos
Um fardo a sustentar, se és um eleito
Não é um acaso, acaso não há
Eu sei o que queres,é o mesmo que eu quero
Forças de Deus, e aprender carregar...

***Rosa Mel***

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***Á Noitinha***

O teu cheiro embriagador, evola pelo ar nuançado
Aspergindo sedutor, o perfume do pecado
Teu cheiro livre quimera, que baila assim no ar
Com olor de primavera, que fico sem respirar

Suores de aromas sutis, que transpiram em gotículas
Em doces polens febris, de amores em partículas
Este cheiro que embriaga, alucina e faz delirar
Embora a saudade traga, saudade de mais te amar

Teu cheiro colado na pele, tal qual brisa da maré
Que vem pelo mar e engole, deixando-me tão chué
E fico assim tão perdida, quando te vais co'anoitinha
Ficando desfalecida, co'a tristeza que é só minha
by
***RosaMel***

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***Morena dos Amores***

Morena dos meus amores, morena dos meus penares
Teu sorriso multicores, teu sorriso mil olhares
Morena me dá um beijo, pois eu quero desfrutar
Quero matar o desejo, que está por me matar

No jardim do meu pecado, és dentre todas mais bela
És minha rosa do prado, és minha rosa amarela
Teu sorriso engraçado, é como um carretel
deixou-me tão enroscado, foste comigo cruel

Nos teu cachos anelados, morenos da cor do café
Com os dedos enroscados, qual caramujo em maré
Eu quero você todinha, pois assim bem me convém
Que você é toda minha, minha e de mais ninguém

És minha doce ninfeta, prontinha desabrochar
Tal qual uma borboleta, no casulo a esperar
Desabroche e floresça, morena vem orvalhar
Não espere que escureça, deixe o sol morenar.
by
***RosaMel***


..


quinta-feira, 1 de setembro de 2011


***Chuvisco de Saudade ***

De tanto sonhar com a vida, por vezes estou tão dispersa
Busco no sonho guarida, o amor que na vida versa
Vivendo e sonhando vou, a vida toda a sonhar
Mas como sempre estou, num sonho a vida amar

Então tanto faz como fez, se vivo ou sonho apenas
Eu quero de uma só vez, esquecer velhos dilemas
Como em toda a canção, choraminga a saudade
Que em chuviscos de emoção, quem ama com eternidade*

Saudade é como a flor, desabrochando em vida
as vezes trazendo dor, outras fechando a ferida
melhor viver sonhando, do que sonhar sem viver

Pois o tempo vai passando, por vezes sem esquecer
de continuar sempre lembrando, que vale a pena viver
ao seu lado de vez em quando, vale então sonhar a vida
by
***RosaMel ***

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*** UM POVO DO MAR ***

Cavaleiro praieiro que cavalga faceiro
Com seu negro corcel de penacho vermelho
Vai deixando as pegadas na trilha de areia
E a cabocla faceira a saia rodeia

Quando a onda maroleia com sua espuma rendada
Vai enfeitando o vestido da linda sereia
Com seu lindo prateado à lua cheia
Ilumina as ondas que na praia mareia

E as crianças risonhas que rolam na areia
Cantam e encantam a doce sereia
O mar adormece e em prata reluz
E a estrela matutina com o seu brilho conduz

Descendo em carreira as tres marias
Tecem uma tiara com a estrela guia
Para enfeitar a virgem sereia
Que por sobre as ondas feliz balanceia

Seus negros cabelos a ondular
Faíscam e flamejam com a luz do luar
E no balanço das ondas a cantarolar
Está a sereia a enfeitiçar.

***Rosa Mel***

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*** MACULADA***

O amor é uma coisa linda
uma flor a desabrochar
é um sorriso doce
que a abelha trouxe
para polinizar

Me olhe de mansinho
conte as minhas pétalas
assim aveludadas
me faça uma corte

Cheia de meneios
e sem muito receio
sugues do meu mel

E com a delicadeza
do melhor dos amantes
curta todos instantes
ao girar do carrossel

É uma coisa louca
beijar a tua boca
tão quente e sensual

Sentir-me percorrendo
e a pele descendo
em trilhos a lavrar

Me envolva em teus braços
sussure ao meu ouvido
me deixe arrepiar

Dádiva dos Deuses
é nectar proibido
sempre a desejar

Macule a minha boca
meu corpo a minha essência
pois eu quero te amar.

***Rosa Mel***

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***Essência de Princesa***

Fina estampa de princesa, pele alva como a neve
Seu porte de realeza, com um andar ultraleve
De uma linda claridade, olhar límpido frontal
Com teor de humildade, de bondade imortal

Sabe-se sua origem, de gerações de escravos
Aonde senhores exigem, sofrendo mil desagravos
Tão cruéis e sanguinários, com tortura até a morte
Por estes tais temerários, que usufruiam da sorte

Em tantas encarnações, que a'alma foi burilada
Vencendo as emoções, sofrendo qual condenada
Foi imenso desperdício, ver tanta gente sofrida
Mas valeu o sacrifício, valeu a alma dorida

Pois eis que ressurge agora, radiosa em sua luz
A iluminar sem demora, seu calvário, sua cruz
Se hoje está sozinha, e cumpriu sua jornada
Faz-se hoje uma aurora, sem destino, exilada.
by
***RosaMel***
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