terça-feira, 9 de agosto de 2011


*** CABOCLO ***

Na panela tem feijão
Não tem pão nem carne seca
Esquenta neste fogão
A alma do sertanejo
Que almeja a temporada
Em ver seu milho crescer
E assistindo a revoada
Aí vem a caturrita
E de longe ela grita
Fazendo grande alarde
Alvoroçando a tarde
Malemolente do sertão
E ataca a roça pequena
E arrasa de dar pena
Sem deixar pequeno grão
Chora triste o caboclo
Sentado no podre toco
Com os olhos fitos no céu
Lamenta então baixinho
Eu que sou tão pobrezinho
Como vou viver ao léu.

***Rosa Mel***

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